O que é o Brexit e como afetará ao setor do transporte

A decisão já está tomada e, ainda que a sua implementação demore algum tempo, decidimos aprofundar este tema para compreender a situação e oferecer respostas simples aquelas perguntas que todos fazemos, especialmente no que se refere ao setor do transporte.

Os antecedentes do Brexit: o desamor entre a Europa e o Reino Unido

A história mais recente da política mostra-nos que as relações entre as instituições europeias e Londres sofreram sempre de altibaixos e divisão de opiniões.

A reivindicação por parte do Reino Unido para ocupar um papel especial no seio da União Europeia não é algo novo. De facto, desde que se constituiu a Comunidade Económica Europeia em 1958, os britânicos sempre mantiveram um certo descrédito face às instituições comunitárias, tratando de desenhar uma Europa à sua medida.

Esta ambiguidade institucional levou a referendar, por parte da cidadania britânica, a sua vontade expressa de interromper o vínculo institucional com a União Europeia com um resultado a favor de 51,9%.

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Mas… o que é o Brexit?

O término Brexit é composto por duas palavras: ‘british’ e ‘exit’ (em português, ‘britânico’ e ‘saída’) e define a saída do Reino Unido da União Europeia, um processo que se iniciou oficialmente no passado 29 de Março de 2017 e que durará 2 anos.

Que impacto terá o Brexit no transporte?

Até ao momento, apenas podemos especular, concentrando as dúvidas e os temores sobre o aspeto económico e do custo das empresas. Mas, existem já alguns sinais de mudança?

Ángel Castillo, responsável comercial do Grupo Caliche, com sede em Múrcia, tem um grande volume de tráfegos para o Reino Unido, confirma a nossa suposição: “O anúncio do Brexit não afetou o volume de cargas que estamos a levar para o Reino Unido. Inclusive, temos mais expedições que o ano passado”. No entanto, acrescenta que “os nossos clientes que exportam ou importam para o mercado inglês, renegociaram as suas tarifas, uma vez que tentam imputar ao transporte os desajustes que a mudança de divisa está a provocar”.

As opiniões de outros associados, acostumados a trabalhar com o Reino Unido, não diferem muito desta primeira. Todos estão de acordo em que ainda é cedo para ver implicações na sua atividade. Os fluxos de trabalho continuam a ser os mesmos e tudo faz pressagiar que não se darão modificações de um modo iminente.

Produziram-se mudanças nos fluxos de mercadorias dentro da Bolsa de Cargas da Wtransnet?

Se tivéssemos que analisar o Brexit desde o ponto de vista das ofertas de cargas e camiões desde ou para as ilhas britânicas, poderíamos dizer que nada mudou. Os fluxos de mercadorias para o Reino Unido desde o velho continente mantiveram-se de forma lineal, seguindo a temporalidade que afeta o setor, com os seus respetivos picos de trabalho desde 2015 até ao passado mês de Maio.

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Estamos ainda no alvor do processo, passou pouco tempo, mas as escolhas que se façam a nível político nos próximos meses acabaram por aclarar e trazer consigo informação que atualmente não dispomos.

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