Como será o transporte em 2030?

Parece que falta muito para chegar a 2030, mas tendo em conta a realidade vivida durante estas semanas, a verdade é que está muito mais perto do que parece. São imensas as dúvidas e incertezas que nos assaltam quando nos questionamos relativamente à evolução do transporte daqui a dez anos.

Uma das primeiras que nos vem à cabeça está relacionada com o facto de se teremos alcançado uma eficiência plena no transporte rodoviário de mercadorias. Atualmente, segundo a União Internacional dos Transportes Rodoviários (IRU), a percentagem de viagens sem carga corresponde a 25%, ou seja, uma em cada quatro. Um número demasiado alto, mas que esperamos que tenda a diminuir.

Para dotar o setor do transporte de uma maior eficiência, criámos uma das maiores redes de colaboração de transporte na Europa, sendo que partilhamos online informações sobre empresas que têm rotas diárias para um destino com 70 mil profissionais dos transportes, que se estiverem a trabalhar na rota inversa, poderão contactar e otimizar as suas viagens. O acesso em tempo real a estas informações permite tomar melhores decisões e contar com alternativas para a contratação. Continuar a crescer neste sentido também significaria estar um pouco mais perto da tão pretendida eficiência total, apesar de estarmos conscientes de que ainda há um longo caminho a percorrer.

2030 também implicará uma maior implantação da digitalização nas empresas de transporte. Os transportadores terão de otimizar ainda mais as respetivas frotas, sendo que os operadores logísticos terão um maior volume de operações a seu cargo e menos tempo disponível para o gerirem. Para além disso, as exigências do mercado estão a mudar, sendo que cada vez se exige mais rapidez, segurança e volume, o que implicará com certeza recorrer ainda mais à utilização da tecnologia.

Assim, a nossa missão é e será dotar o transporte de uma ferramenta inteligente, capaz de corresponder às necessidades diárias de contratação de transporte dos nossos clientes. Neste sentido, trabalhamos todos os dias para melhorar os serviços que prestamos através da nossa plataforma com o objetivo de proporcionar um maior valor acrescentado. Concluímos atualmente a primeira fase de integração com a Teleroute, sendo que estamos a reforçar ambas as plataformas com os pontos fortes uma da outra. Uma prova deste facto é a ponte tecnológica que criámos entre ambas para conceder aos transportadores espanhóis e portugueses uma maior liquidez de cargas internacionais, uma vez que sem sair da Wtransnet têm a possibilidade de aceder às ofertas publicadas na Teleroute.

De qualquer forma, é muito difícil que mesmo em 2030 exista uma só plataforma que abranja todas as necessidades de uma empresa de transporte e que também se adapte rapidamente às exigências de um setor em constante mudança. Por isso, a tecnologia tem de ser capaz de comunicar entre si e integrar-se para facilitar ao utilizador a respetiva adoção e manuseamento. Consequentemente, prevemos que, no futuro próximo, as bolsas de cargas estejam cada vez mais vinculadas aos Sistemas de Gestão de Transportes (TMS). O Big Data será capaz de prever as tendências do mercado a curto prazo, com base na utilização da nossa plataforma, permitindo aos nossos clientes prever a respetiva capacidade e a necessidade de subcontratação de prestadores de serviços.

Deste modo, as plataformas como a Wtransnet serão encarregadas de gerar informações úteis para os respetivos utilizadores em vez de serem estes a fornecê-las, formando uma rede de colaboração maior, mais eficiente e segura. Tudo isto nos leva a pensar que a colaboração entre empresas será nos próximos anos mais necessária do que nunca, pelo que o acesso às bolsas de cargas se fará de forma mais generalizada.

Contudo, não acreditamos que se chegue, pelo menos no espaço de dez anos, a uma substituição das relações pessoais. Apesar de se adivinhar um futuro mais virtual, será sempre necessária a proximidade humana para satisfazer as necessidades do cliente, algo a que a Wtransnet presta muita atenção desde as suas origens. Não sabemos o que se passará em 2030, mas estamos certos de que o papel que desempenharão as bolsas de cargas será fundamental para garantir a eficiência do transporte.

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