As ofertas de cargas recuperam o ritmo em junho, apesar do duro golpe do coronavírus no transporte português

Com o término do primeiro semestre de 2020, em que a Wtransnet registou praticamente 214.000 ofertas de cargas tendo como origem e/ou destino Portugal, e após vários meses de incerteza com a irrupção do coronavírus na Europa, a bolsa de cargas e camiões líder na Península Ibérica constata o retorno paulatino da atividade com uma viragem notável do número de ofertas de cargas nas últimas semanas.

Foi, sem dúvida, uma primeira metade do ano marcada pela pandemia e a consequente paralisação da atividade comercial cuja brusca descida se prolongou até à Semana Santa, período em que as restrições alcançaram o seu pico. Uma tendência de descida que se verificou nas ofertas de cargas para o transporte nacional, assim como para a exportação e importação.

Nesta nova etapa, estabilizam-se as exportações portuguesas

As ofertas de cargas para a exportação registaram uma descida de 38% na bolsa de cargas da Wtransnet durante o primeiro semestre do ano, em comparação com o mesmo período de 2019. Circunstância que se explica pela incidência da pandemia em Espanha, um dos países mais castigados pela crise e o nosso principal mercado de saída. Tal significa que encerramos o mês de junho com menos 39% de ofertas de cargas com destino a Espanha, em comparação com o primeiro semestre de 2019.

Uma situação que se está a inverter, tanto no país vizinho como nos restantes destinos, tendo-se registado em junho cerca de 15.000 ofertas de cargas, um número mais próximo dos valores de 2019.

As importações foram as que menos sofreram

As ofertas de cargas para a importação registaram números positivos no início de 2020 na bolsa de cargas e camiões da Wtransnet, mas as descidas registadas em março e abril fazem com que o balanço do primeiro semestre seja negativo. Poderia dizer-se que isso salvou a situação, uma vez que «apenas» se verificam menos 7% de ofertas de cargas relativamente ao ano passado.

Contudo, e apesar da referida descida de março e abril, a curva mudou de direção a partir de maio e desde então não deixou de aumentar, registando-se em junho quase 5.000 mais ofertas de cargas que no mês anterior. Deste modo, consolida-se o efeito de ressalto, uma vez superada a parte mais difícil da crise.

O transporte nacional

Ao nível doméstico, as ofertas de cargas tendo como origem e destino Espanha sofreram uma redução de 29% relativamente ao mesmo semestre do ano passado.
De acordo com o sucedido no caso das importações, as diferenças até março foram pouco significativas, incluindo um crescimento de 1%. No entanto, os meses de abril e maio foram críticos, em consonância com a paralisação da Semana Santa e os momentos mais difíceis da crise.

Porém, a situação parece estar a mudar e o transporte interior em Portugal volta a respirar, prolongando-se dois meses consecutivos de aumento de procura.

Foram semanas extremamente complicadas e as sequelas serão complexas. Mas o regresso ao trabalho é um facto e a cada dia que passa cumpre-se mais uma etapa em direção a uma situação muito mais favorável para o transporte.

Para obter mais informações sobre a atividade da bolsa de cargas e camiões da Wtransnet durante o primeiro semestre de 2020, consulte o relatório completo aqui.

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